Câmara e APLB Sindicato têm encontro para debater proposta da prefeitura de reajuste dos professores
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Salvador (CMS), Carlos Muniz (PSDB), matéria está passando por todos os trâmites legais na Casa

Foto: Antônio Queirós/CMS
A Câmara Municipal de Salvador (CMS) e APLB Sindicato – entidade que representa os professores na capital baiana – tiveram uma reunião na segunda-feira (19), para debater uma proposta do Poder Executivo de reajuste dos professores do Município.
Na última sexta-feira (16), a gestão soteropolitana encaminhou para a CMS uma proposta de reajuste salarial para os professores, que varia de 9,25% para o Nível 1 / Referência A, até 6,65% e 6.27% para os outros níveis.
A ideia é garantir o cumprimento do piso salarial para todo o magistério da rede municipal e, dessa forma, acabar com a greve da categoria, que já dura 14 dias. Para garantir o pagamento do piso, a Prefeitura também decidiu dar um aumento maior para aqueles que recebem um salário menor.
No entanto, membros da APLB e vereadores de oposição presentes ao encontro pediram que a matéria seja retirada da pauta para um debate mais amplo.
Conforme o presidente da Câmara, vereador Carlos Muniz (PSDB), a possibilidade não está descartada, mas que não depende apenas da vontade dele. Ainda segundo o tucano, a matéria está passando por todos os trâmites legais (reunião de comissões em conjunto, como Constituição de Justiça, Educação e Orçamento), de forma que nenhuma parte do processo seja atropelada.
“Na realidade, nossa obrigação aqui é uma obrigação de colegiado e não da vontade só de um vereador. Expliquei aos professores que se eles quiserem colocaremos a lei em plenário para apreciação, amanhã, para saber dos colegas se retiramos ou não da pauta. Afinal, isso aí não pode ser uma vontade só minha, tem que ser uma vontade do colegiado, da Câmara Municipal de Salvador”, explicou Muniz.
“Espero que a vontade dos professores e dos servidores em geral sejam realizadas, mas não depende só da Câmara de Vereadores, e sim da negociação que eles estejam fazendo com o Executivo Municipal”, completou o presidente, reforçando que já teve reuniões com o prefeito Bruno Reis (União Brasil) para tratar sobre o assunto.
“Tive uma reunião com ele sobre isso e nos foi encaminhado um projeto em que há um escalonamento em relação à categoria de cada um, em que ele garantiu que todos os professores estariam ganhando o piso, que é exigência da categoria”, enfatizou.
APLB entrega documento com “discordâncias” do projeto
Uma das presentes a reunião, a vice-coordenadora da APLB Sindicato, Marilene Betros, afirmou que a classe foi pega de surpresa, já que não teria ocorrido debate.
Na ocasião, um documento com as discordâncias, a exemplo do reajuste dividido, escalonado, “que achatará ainda mais a tabela do magistério”, segundo ela, foi entregue.
“O prefeito não apresentou nenhuma proposta de como iria recuperar essas perdas para chegar até o piso salarial. A categoria estava aberta a discutir como se procederia para chegar até esse piso, mas infelizmente ele envia para a Câmara uma proposta que não contempla de jeito nenhum ao que foi reivindicado”, disse ela.
“Assim, nós estamos aqui mobilizados, fazendo um apelo aos vereadores, encaminhando documento onde explicamos o motivo por que esse PL não nos atende e fazendo o apelo para que ele não seja votado da forma como entrou”, finalizou a dirigente.