Amazônia pode ter prisão de segurança máxima para traficantes e radicais islâmicos; entenda
A unidade te previsão de ser inaugurada em 2028; construção vem gerando protestos entre moradores e autoridades locais

Foto: OuebTv La Chaine/Flickr
A Amazônia pode ter uma prisão se segurança máxima para receber traficantes e radicais islâmicos. Pelo menos é o que planeja a França, que conta com o território ultramarino da Guiana Francesa, na América do Sul – o país, inclusive, faz fronteira com estado do Amapá, no Brasil.
Conforme a imprensa internacional, a unidade será inaugurada em 2028, em meio à selva amazônica, no município de Saint-Laurent-du-Maroni. No entanto, a construção vem gerando protestos entre moradores e autoridades locais.
O anexo de segurança máxima fará parte de uma prisão de 450 milhões de dólares (R$ 2,5 bilhões) com capacidade para 500 detentos. A construção do presídio está prevista desde 2017, mas a instalação não tinha objetivo de receber prisioneiros de segurança máxima da França continental.
Segundo o Ministério da Justiça francês, das 60 vagas, 15 serão reservadas a condenados por radicalismo islâmico. Também conforme a pasta, a localização isolada da prisão na selva amazônica “servirá para isolar permanentemente os chefes das redes de tráfico de drogas” de suas redes criminosas.
“Depósito”
O anúncio vem gerando indignação ao longo do território. Jean-Paul Fereira, presidente interino da Coletividade Territorial da Guiana Francesa — uma assembleia com 51 parlamentares que cuida dos assuntos locais — revelou surpresa com o anúncio. Ele afirmou que o plano nunca foi discutido com as autoridades locais.
“É, portanto, com espanto e indignação que os membros eleitos da Coletividade descobriram, junto com toda a população da Guiana, as informações detalhadas no Le Journal du Dimanche”, escreveu ele em comunicado publicado neste domingo nas redes sociais.
Segundo Fereira, o acordo assinado em 2017 previa a construção de uma nova prisão apenas para reduzir a superlotação da prisão principal da Guiana Francesa.
“A Guiana não deve se tornar um depósito de criminosos e pessoas radicalizadas vindas da França continental”, completou.