ECONOMIA


Petrobras detalha investimentos na Bahia, operação de Fafen-BA, navios de apoio e estaleiros

Empresa explica geração de empregos, redução de importações e uso de ativos estratégicos em coletiva

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

 

Em coletiva realizada nesta quarta-feira (8), a Petrobras detalhou os planos de retomada de investimentos na Bahia, incluindo a reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-BA), a construção de seis navios de apoio no Estaleiro Enseada e a utilização do Canteiro de São Roque para acostamento e descomissionamento de plataformas. Sobre a Fafen-BA, a empresa informou que “muitas das pessoas que operavam a planta anteriormente devem retornar, mas a contratação é responsabilidade da Engeman, empresa vencedora da licitação e com experiência na operação e manutenção dessas unidades”.

A companhia esclareceu que as unidades de fertilizantes, que incluem Fafen Bahia, Fafen Sergipe e a unidade ANSA no Paraná, atenderão cerca de 20% da demanda nacional de uréia, reduzindo na mesma proporção as importações brasileiras. “Nossa projeção é atender 80% do mercado de fertilizantes da Bahia, além de fornecer para Minas Gerais, Goiás, Pará e outras regiões do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com ureia pecuária, ureia industrial e Arla 32”, detalhou a Petrobras.

Sobre o estaleiro de São Roque, o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da estatal, Claudio Schlosser, explicou que está em uma fase inicial de reativação do estaleiro, que poderá ser utilizado para diferentes oportunidades, incluindo o descomissionamento de plataformas. “Estamos alinhados com os governos estadual e federal para viabilizar a operação”. A ligação entre São Roque e o Estaleiro Enseada será feita dentro da estratégia de diversificação de fornecedores, garantindo eficiência e aproveitamento de ativos estratégicos.

A construção dos seis navios de apoio no Enseada envolve investimento total de R$ 2,58 bilhões, com prazo de construção de quatro anos e operação contratual de 12 anos. Claudio destacou ainda que essa iniciativa gerará aproximadamente 5,4 mil empregos diretos e indiretos, com conteúdo local estimado em 65% graças a programas de incentivo do governo federal. “A Bahia possui mão de obra especializada, mas estamos estudando cursos e programas de qualificação para atender à demanda do estaleiro”, afirmou.

O Canteiro de São Roque será usado para acostamento de plataformas que serão descomissionadas, transformando ativos parados em geração de valor. “O modelo de negócio permite tanto o descomissionamento local quanto a eventual venda ou leilão das plataformas. É uma forma de otimizar custos e gerar oportunidades”, explicou o diretor.

Questões ambientais também foram abordadas. Sérgio Bacci, presidente da Transpetro, afirmou que todos os novos navios atendem às normas internacionais de redução de poluentes e que embarcações híbridas devem reduzir em 25% as emissões. “Os navios da Transpetro terão todos os equipamentos para reduzir a poluição, tanto para cabotagem quanto para longo curso”, disse.

Por fim, a Petrobras reforçou que todos os investimentos anunciados têm como objetivo gerar benefícios para a sociedade, o desenvolvimento regional, a eficiência operacional e a sustentabilidade econômica. Com a reativação de unidades industriais, construção naval e aproveitamento de ativos estratégicos, a Bahia deve receber impulso significativo na geração de empregos, renda e fortalecimento do setor energético e industrial.