POLÍTICA


CCJ deve se pautar em critérios técnicos em parecer sobre prisão de Binho Galinha, diz deputada

Fabíola Mansur afirmou que parlamentares não podem omitir opiniões antes de oitiva de todas as partes

Foto: Lucas Franco/MundoBA

 

A deputada estadual Fabíola Mansur (PSB) afirmou que a Assembleia Legislativa da Bahia utilizará critérios técnicos e jurídicos para decidir o futuro do deputado Binho Galinha (PRD), preso preventivamente sob acusação de liderar uma milícia.

O caso começará a ser analisado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) na manhã desta quarta-feira (8), em um reunião extraordinária marcada para as 10h. Em até 72 horas, o colegiado deverá emitir um parecer acerca da manutenção ou revogação da prisão de Binho Galinha. O processo então será encaminhado à Presidência da Casa e, posteriormente, para votação secreta no plenário.

“A CCJ tem que se pautar pelos critérios técnicos e as prerrogativas legislativas, dando ampla defesa à parte. Eu acho que há uma apreensão de a gente não cometer nenhum erro, mas a gente está preparado. Já tivemos acesso aos autos. Hoje vamos ter acesso à defesa, para que a gente possa emitir um parecer que seja justo”, disse Mansur.

Questionada acerca da gravidade do caso, a deputada evitou fazer avaliações. “Como nunca houve um caso semelhante, obviamente a gente tem que se valer do jurídico, de oitivas e de acesso aos autos que já estão disponíveis na Assembleia e, óbvio, é um processo que corre em segredo de Justiça. É preciso que a população também entenda que a gente não pode emitir nenhum tipo de opinião até ouvir todas as partes”, declarou a deputada, durante uma agenda ao lado do governador Jerônimo Rodrigues (PT) no Centro Administrativo da Bahia.

Binho Galinha é réu pelos crimes de lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem e receptação qualificada. As investigações apontaram que o deputado lavava dinheiro por meio de empresas e vendia peças de carro roubadas em uma loja de sua propriedade. Somente em 2023, foram identificadas transações suspeitas que chegavam a R$ 3,9 milhões.

Ele foi preso na tarde desta sexta-feira (3) após se apresentar na sede do Ministério Público da Bahia, em Feira de Santana (109 km de Salvador). A defesa do deputado diz que ele vítima de perseguição e considera a prisão uma “ação desproporcional e desumana”.