POLÍTICA


Em conversa por telefone, Lula pede a Trump fim de tarifaço e combina reunião presencial

Segundo nota do Planalto, americano escalou secretário de Estado para construir diálogo com Brasil; telefonema durou cerca de 30 minutos

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil e Pixabay

O presidente Lula (PT) pediu a Donald Trump a retirada do tarifaço imposto pelo republicano ao Brasil durante conversa telefônica na manhã desta segunda-feira (6). O petista também solicitou que Trump suspenda “medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras” —o republicano cassou vistos de auxiliares de Lula e autorizou sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Lula se colocou à disposição para viajar aos Estados Unidos para uma eventual reunião presencial.

Segundo nota divulgada pelo Palácio do Planalto, a conversa entre os dois líderes teve tom amistoso e durou cerca de 30 minutos. A ligação partiu do gabinete de Trump. Ambos relembraram a “boa química” que tiveram em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU e “reiteraram a impressão positiva daquele encontro”, diz o texto.

O presidente Lula descreveu o contato como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente. Recordou que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços. Solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras.

“O presidente Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad. Ambos os líderes acordaram encontrar-se pessoalmente em breve. O presidente Lula aventou a possibilidade de encontro na Cúpula da Asean, na Malásia; reiterou convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA); e também se dispôs a viajar aos Estados Unidos”, acrescenta a nota do Planalto.