SAÚDE


Cientistas desenvolvem testes para detecção de metanol em bebidas

Segundo Ministério da Saúde, há pelo menos 113 notificações

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

Não há cheiro ou gosto diferente. A adulteração por metanol nas bebidas alcoólicas só pode ser constatada por testes laboratoriais. Entre esses exames, pesquisas nascidas em universidades públicas brasileiras ampliam os caminhos para detecção da substância.

O Ministério da Saúde confirmou, nesta sexta (3), que há pelo menos 113 registros de contaminação por metanol. Onze casos foram confirmados e 102 estão em investigação.

Uma das iniciativas de detecção é do Laboratório Multiusuário de Ressonância Magnética Nuclear, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que abriu as portas ao público em geral para examinar bebidas alcoólicas de forma gratuita, realizando agendamento de interessados.

Análise em 5 minutos

Segundo o vice-coordenador do laboratório, o professor de química Kahlil Salome, o equipamento de ressonância funciona como nos exames de saúde.

“Colocamos o líquido em um tubo. A análise é muito rápida. A gente consegue analisar uma amostra a cada cinco minutos”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.

Para fazer a detecção, bastam algumas gotas da bebida (0,5 mililitro).“Quando a gente coloca a amostra no equipamento, ele devolve um gráfico. Tem várias linhas e uma dessas linhas é referente ao metanol”.

O pesquisador recomenda que as pessoas que tiverem desconfiança da origem de bebidas procurem o laboratório. “A gente consegue analisar bem rapidinho”. O pesquisador explica que a detecção é possível mesmo com bebidas com corantes ou frutas.

O pesquisador em química diz que o exame aponta, por exemplo, a presença da quantidade inadequada ao consumo humano: 10 microlitros de metanol em 100 ml de bebidas como cachaça, vodka e tequila. Com informações da Agência Brasil.