POLÍTICA


Jaques Wagner rejeita anistia e defende punição a mandantes dos atos de 8 de Janeiro

Líder do governo no Senado afirma que não houve ‘dois lados’ no episódio e diz que interesse é responsabilizar financiadores e idealizadores do golpe

Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

 

O senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, defendeu nesta quarta-feira (1) que os mandantes e financiadores dos atos de 8 de Janeiro sejam responsabilizados e afirmou ser contra a anistia.

“Anistia é uma ferramenta para ser usada quando há uma situação de dois lados em conflito e se busca pacificação. No caso do 8 de janeiro não há dois lados. Houve um crime contra a democracia, com depredação das sedes dos Três Poderes. Portanto, não cabe falar em anistia”, afirmou o senador durante entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews.

Para Wagner, a redução ou anulação da pena só deve ser aplicada em contextos como de acordo de paz e de transição política.

“Aqui tivemos um grupo de pessoas manipuladas, trazidas de ônibus, bancadas com diária e hotel para fazer a depredação, e os que pensaram o golpe de Estado estavam em casa ou no hotel assistindo à depredação que planejaram”, disse.

O líder do governo ainda disse que o maior interesse é pegar os mandantes do ato, pois, segundo ele, algo parecido pode acontecer novamente.

“A discussão sempre foi: a quem interessa punir de verdade? Aos financiadores, idealizadores e planejadores do golpe. Para nós, interessa pegar os mandantes, pois são eles que pensaram tudo e, se a gente vacilar, vão pensar de novo”, declarou.

Wagner complementou dizendo que o projeto da anistia perdeu força com a rejeição da chamada “PEC da blindagem”, que, de acordo com ele, chegou a ser usada como moeda de troca.

“Tentaram fazer uma troca com a PEC, que morreu no Senado. E com ela morreu também a anistia. Sou totalmente contra qualquer redução de pena para os mandantes. É um absurdo”, afirmou.