POLÍTICA


Governistas já admitem CPI do INSS e provocam incômodo no Planalto

Auxiliares de Lula ainda são contrários a investigação no Congresso, mas tentam conter danos e estender eventual apuração aos anos Bolsonaro

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Integrantes do governo Lula (PT) e parlamentares da base aliada já reconhecem dificuldades para impedir a instalação de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) sobre os descontos ilegais em aposentadorias e pensões no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

O cenário levou políticos governistas a traçarem uma estratégia para conter danos, com foco na ampliação da investigação para englobar também o governo Jair Bolsonaro (PL). A movimentação, no entanto, provocou incômodo no Palácio do Planalto, que permanece contrário à instalação, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo.

De volta ao Brasil após participar da comitiva presidencial que viajou à Rússia e à China, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), avisou a interlocutores nos últimos dias que, caso a comissão seja instalada, ela deverá analisar os fatos ocorridos em todos os governos e não somente na gestão Lula.

Segundo relatos feitos por políticos, o assunto foi tratado entre Alcolumbre e parlamentares que estavam na comitiva de Lula. Na quinta-feira (15), o senador também se reuniu com a ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais).

A CPMI foi protocolada pela oposição na segunda-feira (12) com a assinatura de 36 senadores e 223 deputados federais, mas depende do presidente do Congresso para ser instalada.

Embora admitam como real a possibilidade de instalação, governistas ainda dizem que prefeririam que a CPMI não prosperasse, por temerem a condução de uma investigação sob forte influência da oposição.

Lula reuniu ministros nesta sexta-feira (16) para discutir o tema. Estavam presentes Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil), Wolney Queiroz (Previdência Social) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social), além do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).