POLÍTICA


Câmara aprova PEC que blinda parlamentares contra investigações e prisões

Proposta patrocinada pelo centrão prevê autorização do Congresso para que o STF possa processar deputado ou senador

Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

 

A Câmara dos Deputados aprovou, em dois turnos, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que amplia o foro especial e protege parlamentares de investigações criminais e também abre brecha na área cível. Inédita, a proposta patrocinada pelo centrão prevê autorização do Congresso para que o STF (Supremo Tribunal Federal) possa processar deputado ou senador. Foram 344 votos a favor e 133 contra o texto, em segundo turno.

A matéria agora segue para o Senado, onde precisa ser aprovada também em dois turnos para ser promulgada e entrar em vigor.

Em relação ao texto principal, foram 353 votos a favor e 134 contrários, além de uma abstenção, no primeiro turno.

Segundo a redação do relator, deputado Claudio Cajado (PP-BA), deputados e senadores somente poderão ser alvo de medidas cautelares de natureza pessoal ou real provenientes do Supremo.

Isso se aplica a qualquer tempo após a concessão do diploma de eleito, mesmo que ele deixe de ser parlamentar e o processo que originou a medida cautelar se refira a fato que teria sido cometido durante esse período.

Claudio Cajado afirmou que as prerrogativas não são privilégios incompatíveis com a República. “São, em verdade, garantias indispensáveis à própria viabilidade institucional do Legislativo, pilar fundamental do Estado democrático de Direito”, disse.

Para o líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), a PEC não é de interesse dos brasileiros. “A pauta nossa tem de ser a vida do povo, e é nisso que insistimos”, disse, ao citar a Medida Provisória 1300/25, que isenta famílias de baixa renda da conta de luz em casos de baixo consumo. A MP, que aguarda votação no plenário, perde a validade nesta quarta-feira (17).