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Ex-delegado-geral de SP já havia sofrido ataques e temia ser assassinado: ‘Sabem onde moro’

Grupo de criminosos usou carros roubados para executar Ruy Ferraz Fontes, no litoral paulista

Foto: Fred Casagrande/ Prefeitura de Praia Grande

 

Assassinado na noite desta segunda-feira (15), em Praia Grande, litoral paulista, o ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, já havia sofrido ataques antes e temia ser assassinado.

Nos últimos 13 anos, foram quatro as situações de perigo vividas por Ruy Ferraz Fontes. Assaltos em 2023 e 2022, emboscada em 2020 e abordagem por dois homens em 2012.

Em 2023, o ex-delegado-geral da Polícia Civil de SP se mostrou preocupado com a repercussão do assalto na imprensa. “Eu combati esses caras durante tantos anos e agora os bandidos sabem onde moro”, disse em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo após o episódio.

“Minha família, agora, quer que eu deixe o emprego em Praia Grande e saia de São Paulo”, completou.

O plano do assassinato contou com o uso de dois carros roubados na capital paulista, segundo o boletim de ocorrência. Uma das hipóteses é de que os criminosos desceram da capital apenas para cometer o crime, na Baixada Santista, onde fica Praia Grande. Investigação aponta participação do PCC.

Ruy Ferraz Fontes foi o primeiro delegado a investigar a atuação do PCC no estado, quando chefiava a Delegacia de Roubo a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), no início dos anos 2000.

Ele também comandou a Polícia Civil paulista como delegado-geral e, mais recentemente, estava à frente da Secretaria de Administração de Praia Grande.

O crime

Imagens de câmeras de segurança mostram que o carro dirigido por Ruy bateu em um ônibus e capotou, enquanto era perseguido por outro veículo. Em seguida, homens armados desceram e efetuaram diversos disparos contra o automóvel do ex-delegado.