POLÍTICA


PT rebate Valdemar após comparação entre Che Guevara e Jair Bolsonaro

Partido ironiza fala do presidente do PL e afirma que não há como equiparar trajetórias

Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil

O Partido dos Trabalhadores (PT) reagiu às declarações do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que comparou o carisma do ex-presidente Jair Bolsonaro ao do guerrilheiro argentino Ernesto “Che” Guevara, um dos líderes da revolução cubana. Em publicação no Instagram, na quarta-feira (27), o PT simulou um diálogo entre um apoiador de Che e um seguidor de Bolsonaro.

“O meu lutou contra ditaduras”, diz o primeiro. “O meu sente saudades dela”, responde o segundo, em referência à defesa que Bolsonaro faz do regime militar brasileiro. Na legenda, o partido reforçou a crítica: “De um lado, a luta pela liberdade, pela igualdade, pelo povo. Do outro, a nostalgia pelo autoritarismo, pela tortura. Não tem como comparar!”.

Valdemar havia feito a declaração em entrevista à GloboNews após participar de um debate no fórum Esfera Brasil 2025. O dirigente afirmou que, apesar das condenações e processos, Bolsonaro mantém forte fidelidade de seus eleitores. “É inacreditável a força de transferência do voto do Bolsonaro. O eleitor dele é fiel. E essas coisas estão fazendo com que ele vire um Che Guevara”, disse.

Em outro trecho, o presidente do PL destacou o carisma de ambos. “O Che Guevara tinha um carisma como o do Bolsonaro. E ele é lembrado até hoje. Tanto que o Fidel, enquanto não pôs ele pra fora de Cuba, não sossegou. Daqui 30, 40 anos, do jeito que estão fazendo com Bolsonaro, você vai ter meninos, gente com a camiseta do Bolsonaro.” O PT, em resposta, publicou a imagem de uma camiseta com a estampa do ex-presidente para ironizar a fala.

Diante da repercussão, Valdemar voltou atrás e publicou uma retratação no X (antigo Twitter). “Que fique claro: nunca comparei Bolsonaro com Che Guevara, até porque o cubano era de esquerda e deixei isso claro. O que eu comparei foi o processo de mitificação e reafirmo: estão transformando Bolsonaro em um mártir, um mito ainda maior do que já é. Jair é o legítimo líder da nossa direita e continuará sendo”, escreveu, cometendo ainda o equívoco de citar Guevara como cubano, quando, na realidade, era argentino.