POLÍTICA


CPMI do INSS: Ministro da Previdência diz que é ‘pessoalmente a favor’ de investigação

Wolney Queiroz defende investigação ampla para apurar esquema bilionário no Instituto Nacional do Seguro Social.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

 

O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, declarou apoio pessoal à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista no Congresso Nacional para investigar as fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A declaração foi feita durante uma audiência na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, em resposta ao questionamento do senador Rogério Marinho, líder da oposição.

A proposta de criação da CPI foi formalizada pela deputada Coronel Fernanda e pela senadora Damares Alves, contando com assinaturas de 36 senadores e 223 deputados federais, números que superam os mínimos exigidos. Apesar de ser uma iniciativa da oposição, o pedido também recebeu apoio de governistas. O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho, manifestou que a bancada está disposta a participar, desde que a comissão não se transforme em um palco político.

A instalação da CPI depende agora da leitura do requerimento pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Nos bastidores, articuladores do Palácio do Planalto veem a possível instalação da comissão de forma positiva, acreditando que a investigação pode responsabilizar o governo anterior pelos problemas no INSS. Em 2020, um servidor do órgão já havia denunciado à polícia os descontos irregulares, conforme noticiou o Jornal Nacional, o que coloca o governo Bolsonaro sob suspeita.

Os desdobramentos da investigação podem ser um divisor de águas para o INSS, que enfrenta um cenário preocupante de insustentabilidade nas aposentadorias. Com a população envelhecendo e menos nascimentos, o rombo no sistema previdenciário pode quadruplicar nos próximos 75 anos, segundo relatórios. A CPI poderá, assim, não apenas apontar culpados, mas também trazer à luz a urgência de reformas estruturais no sistema previdenciário brasileiro.