POLÍTICA


Com comando da oposição, CPMI do INSS inicia trabalhos nesta semana e deve convocar ex-ministro Carlos Lupi

Colegiado foi instalado na semana passada para investigar fraudes estimadas em R$ 6,3 bilhões

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), instalada na última quarta-feira (20), começa nesta semana a analisar requerimentos e deve aprovar as primeiras convocações de autoridades, entre elas a do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT). O colegiado apura fraudes em benefícios previdenciários, estimadas pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) em até R$ 6,3 bilhões. Com prazo inicial de até seis meses, com o período podendo ser prorrogado, a CPMI terá 32 membros titulares (16 deputados e 16 senadores).

Antes mesmo do início dos trabalhos, o Palácio do Planalto teve uma derrota após a eleição da cúpula da comissão representou uma derrota para o Palácio do Planalto. A oposição articulou uma chapa alternativa e elegeu o senador Carlos Viana (Podemos-MG) para a presidência, por 17 votos a 14, em vez do nome apoiado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), Omar Aziz (PSD-AM). A relatoria ficou com o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), escolhido em detrimento do indicado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos-TO).

Segundo a PF, o esquema investigado envolvia descontos mensais não autorizados em benefícios do INSS, com associações e entidades forjando cadastros para cobrar taxas indevidas, sem prestar serviços a aposentados e pensionistas. O relator Gaspar já adiantou que pode ampliar o escopo da investigação para incluir supostas fraudes em empréstimos consignados.