ECONOMIA


Haddad diz que 20 milhões de brasileiros devem ser isentos do Imposto de Renda

Ministro afirma que correção da tabela até R$ 5 mil fortalece renda do trabalhador e promete justiça tributária sobre os mais ricos

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou neste sábado (23) governos anteriores por não corrigirem a tabela do Imposto de Renda, fazendo com que mais de 20 milhões de brasileiros de menor renda passassem a pagar o tributo.

“A não correção do Imposto de Renda aumentou a carga sobre as camadas economicamente mais frágeis. Cerca de 20 milhões de brasileiros que não deveriam pagar passaram a pagar nos governos Temer e Bolsonaro”, afirmou Haddad durante debate sobre conjuntura política promovido pelo PT, em Brasília.

Entre 2015 e 2022, a tabela do IR ficou congelada, acumulando defasagem de mais de 36%. Durante esse período, apenas quem ganhava até R$ 1.903 estava isento. Em 2024, o governo Lula elevou a faixa para R$ 2.824, e, em maio deste ano, passou para R$ 3.036. A expectativa agora é ampliar a isenção para quem recebe até R$ 5 mil, beneficiando cerca de 25 milhões de trabalhadores.

“Será uma proposta neutra fiscalmente, cobrando apenas 142 mil brasileiros com renda acima de R$ 1 milhão por ano, para favorecer 25 milhões de pessoas. Estamos fazendo justiça tributária”, destacou Haddad. Segundo ele, a medida vai isentar a maioria dos trabalhadores CLT, fortalecendo a renda e estimulando o consumo.

A Câmara dos Deputados aprovou na quinta-feira (21) o requerimento de urgência do projeto que amplia a isenção do IR e reduz parcialmente o imposto para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7,350. Para compensar a perda de arrecadação, o texto prevê alíquota progressiva de até 10% para quem recebe mais de R$ 50 mil por mês.

Estudo do Dieese estima que a medida pode dobrar de 10 milhões para 20 milhões o total de isentos e alcançar 16 milhões de pessoas na faixa de redução parcial.

Durante o evento, Haddad também anunciou pacote para ampliar crédito habitacional para trabalhadores de baixa renda e classe média, utilizando recursos da poupança para oferecer financiamentos mais baratos. “Estamos finalizando tratativas para que a poupança chegue como fonte de crédito acessível para o trabalhador”, disse.