ECONOMIA


Bancos perdem R$ 18,7 bi após decisão de Flávio Dino sobre Lei Magnitsky

Setor chegou a acumular queda de mais de R$ 46 bi, mas alívio global reduziu impacto

Foto: Antonio Augusto/STF

 

Os cinco maiores bancos listados na B3 perderam R$ 18,7 bilhões em valor de mercado nesta semana após a decisão do ministro do STF Flávio Dino, que abriu dúvidas sobre a aplicação da Lei Magnitsky no Brasil. O dado é da consultoria Elos Ayta e considera a variação entre segunda (18) e sexta-feira (22).

O tombo chegou a ser bem maior: R$ 42 bilhões na terça (19) e R$ 46,3 bilhões na quinta (21), quando o mercado reagiu ao risco de os bancos ficarem em meio a uma disputa regulatória entre sanções internacionais e decisões judiciais brasileiras.

Na sexta (22), o cenário mudou com as falas de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, que trouxeram alívio global. O setor recuperou parte das perdas, voltando para R$ 976,9 bilhões em valor de mercado.

Entre os bancos, o BTG Pactual liderou as perdas, com recuo de R$ 11,7 bilhões (-5,1%). Em seguida vieram o Itaú Unibanco (-R$ 4,1 bi), Banco do Brasil (-R$ 3,3 bi) e Bradesco (-R$ 0,4 bi). O Santander destoou dos pares e conseguiu avançar R$ 0,7 bilhão (+0,7%).

Apesar de não ter tido a maior queda, o Banco do Brasil é visto como o mais exposto. Além de ser parcialmente estatal, tem função estratégica como gestor da folha de pagamento de servidores federais e carrega risco reputacional por estar no centro de uma possível disputa diplomática entre Brasil e Estados Unidos.