ECONOMIA


Heineken e Ambev reajustam preços de cerveja em até 24%, aponta Bank of America

Relatório mostra que aumentos já chegam ao consumidor e impactaram o IPCA de julho

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Duas das maiores fabricantes de cerveja do país aumentaram os preços de suas marcas em julho. De acordo com relatório do Bank of America (BofA), a Heineken aplicou reajuste médio de 6,1%, enquanto a Ambev elevou os valores em 3,3%.

O levantamento, publicado no documento “LatAm Beverages” referente a julho e início de agosto, considerou 19 marcas em 1.500 pontos de venda, incluindo bares, restaurantes, supermercados e lojas de conveniência.

Na Heineken, os aumentos variaram conforme a marca. A cerveja principal subiu 3,4%, mas a Amstel teve alta de 7,5% e a Devassa disparou 24%. Entre as concorrentes da Ambev, a Budweiser encareceu entre 10% e 13%, enquanto a Spaten subiu de 1% a 3%. A Corona e a Stella Artois também tiveram reajustes, enquanto a Brahma se manteve estável e a Skol registrou leve alta. Já a Petrópolis não mexeu nos preços da Itaipava, ampliando a diferença em relação à Skol de 20% para 25%.

O BofA avalia que os reajustes da Heineken podem ser positivos para a Ambev em termos de competição, embora a diferença de preços entre as marcas tenha aumentado. “Com a Heineken continuando a expandir sua capacidade, acreditamos que um ponto de preço mais atraente poderia ser um apoio para o ganho de participação de mercado no futuro”, analisaram as especialistas Isabella Simonato e Julia Zaniolo.

O banco lembrou ainda que, no segundo trimestre, a Heineken havia reduzido preços em 2%, movimento contrário ao da Ambev, que reajustou em abril e maio. A estratégia teria custado participação de mercado à Ambev, como confirmou o balanço do segundo trimestre de 2025.

Os aumentos já apareceram no IPCA de julho. Embora o grupo Alimentação e bebidas tenha registrado queda de 0,27% em relação a junho, o item cerveja subiu 0,45%, acima da inflação geral do mês, de 0,26%.