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Trump mira tarifas em turbinas eólicas e levanta polêmica energética

Investigação pode encarecer energia limpa nos EUA, desafiando setor eólico

Foto: Official White House/Joyce N. Boghosian

 

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sempre foi um crítico ferrenho das turbinas eólicas, que ele considera ineficientes e danosas ao meio ambiente. Recentemente, em uma reviravolta curiosa, seu governo anunciou uma investigação que pode resultar em tarifas sobre turbinas eólicas importadas. Essa medida, que normalmente visa proteger empresas americanas, pode, na verdade, prejudicar a própria indústria que já enfrenta desafios significativos.

De acordo com um documento federal divulgado, a investigação sobre turbinas eólicas estrangeiras foi iniciada em agosto, utilizando a Seção 232, que permite a imposição de tarifas se as importações ameaçarem a segurança nacional. Trump já utilizou essa disposição para aplicar tarifas sobre diversos produtos, como aço e alumínio. A Capstone, empresa de consultoria estratégica, destacou que as tarifas podem aumentar os custos dos materiais importados, essenciais para os projetos eólicos, especialmente os offshore em Nova York, que dependem fortemente de importações. A informação foi originalmente divulgada pela Folha de S.Paulo.

Apesar de ser uma fonte de energia significativa em estados republicanos, como Texas e Iowa, a Casa Branca não tem sido favorável ao avanço da energia eólica, preferindo investir em petróleo e gás. Trump já se referiu a essas fontes renováveis como “fraude do século”. A intenção por trás das tarifas parece ser uma tentativa de tornar a energia eólica menos competitiva em comparação com outras fontes de energia.

No ano passado, os Estados Unidos importaram componentes eólicos no valor de US$ 2,83 bilhões, principalmente da União Europeia, México e Índia. A energia eólica, junto com a solar, forneceu 16% da eletricidade do país, sendo uma das fontes que mais cresce. As novas tarifas podem representar um golpe significativo para o setor, que busca se expandir e suprir a crescente demanda por energia limpa.