ECONOMIA


Flapper adquire Black Aviação e lança clube de jatos privados por propriedade compartilhada

Startup de aviação executiva expande atuação no Brasil e América Latina, permitindo que clientes compartilhem horas de voo

Foto: Divulgação/Flapper

 

A startup de aviação executiva Flapper anunciou a aquisição da Black Aviação e o lançamento do Jet Society, clube de jatos privados baseado na propriedade compartilhada de aeronaves. A operação marca a entrada da Flapper no segmento de cotas de aeronaves, permitindo que clientes com voo frequente se tornem cotistas e compartilhem horas de voo entre si. As informações são do Bloomberg Línea.

O negócio foi estruturado como “all cash”, mas os valores não foram divulgados. As aeronaves da Black Aviação passam a integrar tanto o aplicativo principal da Flapper quanto o novo app Jet Society. A plataforma da startup terá, a partir da semana seguinte ao anúncio, 4.000 aeronaves cadastradas, sendo 1.500 na América Latina.

Paul Malicki, CEO da Flapper, explicou que o modelo atende clientes que voam entre cinco e 15 horas por mês, oferecendo uma alternativa à propriedade exclusiva ou ao fretamento ocasional. “Nosso objetivo continua sendo democratizar o acesso à aviação executiva, combinando tecnologia e economia compartilhada, com segurança e atendimento de alto nível”, disse.

Rafael Matos, CEO da Black Aviação, permanecerá à frente da empresa adquirida e assumirá o cargo de Head of Aviation e Aircraft Management na Flapper. Atualmente, a Black Aviação opera duas aeronaves Hawker 400A e pretende expandir a frota para cinco unidades ainda este ano, incluindo um Gulfstream G4 para voos intercontinentais, além de Caravan e King Air. A empresa também gerencia cinco aeronaves de terceiros e oferece serviços de manutenção e handling no aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, onde mantém dois hangares com 6.000 metros quadrados.

A aquisição integra a parceria entre as empresas iniciada há três anos, quando Matos se tornou acionista minoritário da Flapper. Parte dos recursos usados na compra veio da rodada de captação de R$ 6 milhões anunciada pela startup em fevereiro, com a outra metade sendo aplicada no crescimento do marketplace digital da companhia.

O mercado de aviação executiva no Brasil tem apresentado crescimento consistente. Desde o início da Flapper, em 2016, a frota de táxi aéreo passou de 500 para 768 aeronaves, enquanto o número de jatos cresceu de pouco mais de 600 para 1.030. A Flapper projeta receita anual bruta de R$ 100 milhões nos próximos 12 meses, incluindo as operações da Black Aviação.

Minas Gerais foi destacado como mercado estratégico, com clientes em setores como mineração, indústria farmacêutica e agronegócio. A expansão do modelo de propriedade compartilhada está prevista para outras cidades entre 2026 e 2027, seguindo o modelo de múltiplas marcas adotado por empresas internacionais de aviação executiva.