POLÍTICA


Oposição ameaça obstruir matérias do governo na Alba e critica ‘volume desenfreado de empréstimos’

Vice-líder da bancada, Alan Sanches (União Brasil) diz que pedidos de urgência para tramitação de projetos abrem brecha para que Executivo imponha "rolo compressor"

Foto: Assessoria/Alan Sanches

O vice-líder da oposição na Alba (Assembleia Legislativa da Bahia), Alan Sanches (União Brasil), afirmou nesta quinta-feira (21) que vai propor à bancada a obstrução na votação de projetos encaminhados pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) em regime de urgência. Segundo ele, esse tipo de tramitação abre brecha para que o Executivo imponha um “rolo compressor”, uma vez que as matérias deixam de ser amplamente discutidas nas comissões técnicas da Casa.

“Vou propor aos colegas um processo de obstrução a todos esses projetos. Não é possível que o governo, que já tem ampla maioria, não queira sequer deixar que as matérias sejam discutidas com transparência antes de irem para votação”, disse Sanches.

Entre os projetos está o 19º pedido de empréstimo do Executivo no valor de R$ 4,5 bilhões. “Estamos falando de um total de R$ 23 bilhões que o governador já pediu de empréstimo do início do mandato para cá, é um volume desenfreado. A pergunta que fica é: o que mudou na Bahia desde então? Quais foram as grandes obras que saíram do papel? Melhorou a segurança pública, a fila da regulação de saúde? A sociedade baiana está cansada desse modelo de governos do PT, que fala muito, mas entrega pouco ou quase nada de resultados efetivos”, criticou Alan Sanches.

Também tramitam no Legislativo estadual proposições relativas a alterações nas unidades de segurança pública —também apresentados em regime de urgência. “Como é que os deputados vão examinar e fazer contribuições para aprimorar os textos, se o governo intencionalmente pede urgência para aprovar tudo a toque de caixa, sem transparência? O governo não vai passar o rolo compressor.”

O vice-líder da oposição afirmou que o parecer técnico do TCE-BA (Tribunal de Contas do Estado) sobre as contas do governo do Estado mostrou que, em 2024, a Bahia tinha uma defasagem de 14.595 15 mil homens no efetivo da Polícia Militar e uma baixa de 35% a menos que o necessário na Polícia Civil.

“Muito mais do que se tomar empréstimo de bilhões, seria necessário o governo apresentar uma política pública eficiente para a segurança pública, que começa com o básico, que é ter um efetivo que corresponda à necessidade atual da Bahia. A gente também vê essa falta de planejamento mínimo do governo na saúde, sem apresentar nenhuma medida consistente para resolver a fila da regulação (ou fila da morte)”, acrescentou Sanches.