ECONOMIA


Vitório diz que situação financeira do Estado é estável mesmo com sucessivos pedidos de empréstimo por Jerônimo

Secretário estadual da Fazenda, Manoel Vitório participou de encontro na Alba, na terça-feira (19)

Juliana Andrade/Agência Alba

O secretário da Fazenda, Manoel Vitório, garantiu que a situação financeira do Estado da Bahia é estável, mesmo com os sucessivos pedidos de empréstimo solicitados pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) — até agora, em quase três anos de mandato, foram 19 solicitações que, juntas, ultrapassam os R$ 23 bilhões.

O último dos pedidos foi no valor de R$ 4,5 bilhões, a ser contraído junto ao Banco Mundial, após aprovação dos parlamentares da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Na terça-feira (19), inclusive, o titular da pasta se reuniu com deputados estaduais para explicar teor do Projeto de Lei n.º 25.894/2025, que versa justamente sobre o empréstimo. A proposta foi encaminhada ao Parlamento baiano, por Jerônimo, com pedido de urgência na tramitação.

Conforme Vitório, a operação de crédito não atende aos moldes tradicionais. De acordo com ele, o objetivo do empréstimo é substituir seis operações financeiras já contratadas no passado que perfazem, juntas, o mesmo valor. Com isso, o Estado quita as seis linhas e assume prestações de um novo empréstimo a juros menores e com o prazo maior para a quitação.

A expectativa é que a operação gere um alívio fiscal de cerca de R$ 1 bilhão para os cofres públicos nos primeiros anos. “Nós estamos fazendo uma troca de dívida por uma dívida mais barata, e isso faz todo o sentido. Estamos ajustando um pouco o fluxo da nossa dívida. É uma melhoria da nossa carteira. Nós fizemos uma avaliação dentro do que estava disponível, que seria euro, dólar ou, no caso, iene, moeda japonesa. E o que ficou mais vantajoso foi iene, é o que deu mais vantagem financeira. É uma moeda que a gente tem acompanhado, tem uma variação mais estável, então a gente sempre tem que procurar a vantajosidade”, explicou.

Além disso, segundo o secretário, a proposta de renegociação visa manter o controle sobre o endividamento do Estado, que já é considerado baixo. Conforme retrospecto apresentado no encontro de ontem, no final de 2024, a dívida líquida consolidada da Bahia correspondia a 37% da sua receita corrente líquida, caindo para 32% no primeiro quadrimestre de 2025. O percentual está bem abaixo do limite legal estabelecido em 200%.

Dívida sob controle, diz Vitório

Manoel Vitório afirmou que a dívida baiana está sob controle e vem em queda há anos. Em 2002, a relação entre dívida e receita chegou a 182%, mas uma gestão fiscal eficiente permitiu que esse índice caísse e se estabilizasse entre 40% e 60%, atingindo patamares ainda mais baixos recentemente. “As operações de crédito que vêm sendo autorizadas estão tecnicamente respaldadas pela consistente realidade financeira das contas do Estado da Bahia”, afirmou o secretário estadual da Fazenda.