POLÍTICA


Quaest: 69% dizem que Eduardo Bolsonaro defende apenas interesses da família nos EUA

Levantamento mostra queda na vantagem da desaprovação sobre aprovação do governo Lula e aponta maioria favorável à negociação diante do tarifaço de Trump

Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Uma pesquisa da Quaest divulgada nesta quarta-feira (20) indica que 69% dos brasileiros avaliam que o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) atua nos Estados Unidos defendendo os próprios interesses e os da família Bolsonaro. Apenas 23% acreditam que ele representa os interesses do Brasil.

Encomendada pela Genial Investimentos, a pesquisa foi realizada entre 13 e 17 de agosto, com 2.004 entrevistas presenciais em 120 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

O levantamento mostra também que 51% desaprovam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto 46% aprovam. A diferença de 5 pontos é a menor desde janeiro de 2025, quando havia empate técnico (49% de desaprovação e 47% de aprovação).

Interesses de Trump

Para 51% dos entrevistados, a decisão de Donald Trump de impor tarifas ao Brasil foi motivada por interesses políticos do ex-presidente americano. Outros 23% acreditam que a medida atende a interesses comerciais, e apenas 2% apontam motivos pessoais. A maioria (71%) considera que Trump está errado ao impor tarifas por acreditar em perseguição a Jair Bolsonaro; 21% dizem que ele está certo.

Jair e Eduardo agem mal ante tarifaço, aponta Quaest

Segundo a pesquisa, 55% avaliam que Jair e Eduardo Bolsonaro estão agindo mal diante do tarifaço. No caso de Lula, 46% consideram sua atuação ruim e 44%, positiva — um cenário de empate técnico. A avaliação negativa da família Bolsonaro tem 31 pontos de diferença sobre a positiva, enquanto no caso de Lula os números são equilibrados.

Na disputa de narrativas, 48% afirmam que Lula e o PT são os que mais “fazem o que é certo” diante do embate com Trump. Outros 28% apontam Bolsonaro e seus aliados, e 15% dizem que nenhum dos lados está correto. A pesquisa revela ainda que 67% defendem que o Brasil reaja às tarifas americanas negociando, contra 26% que preferem retaliar com novas taxações. Em julho, os números eram 61% e 31%, respectivamente.