ECONOMIA


Vendas no comércio recuam 0,1% em junho, 3º mês seguido de queda

Pesquisa do IBGE aponta leve declínio nas vendas do comércio em junho, com impacto da inflação e taxas de juros elevadas

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

 

As vendas no comércio brasileiro registraram uma queda de 0,1% na transição de maio para junho, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), divulgada nesta quarta-feira (13). Este é o terceiro declínio consecutivo, somando-se a recuos anteriores de 0,4% em maio e 0,3% em abril, resultando em uma retração acumulada de 0,8% desde março de 2023. Março foi o ponto mais alto já documentado pela série histórica do IBGE, iniciada no ano 2000.

Apesar do cenário de queda, o comércio brasileiro apresentou um crescimento acumulado de 1,8% no primeiro semestre de 2023 e 2,7% nos últimos 12 meses. Em comparação com junho de 2022, houve um incremento de 0,3%. O gerente Cristiano dos Santos destaca que o movimento dos últimos meses indica uma estabilidade com tendência de baixa. Segundo ele, o arrefecimento do setor é impulsionado pela restrição de crédito devido à alta taxa de juros e pela inflação.

Durante o primeiro semestre, a inflação oficial superou a meta governamental de 3% ao ano. O Banco Central tem buscado frear a economia através da elevação das taxas de juros. Por outro lado, o mercado de trabalho tem mostrado sinais positivos, com taxa de desemprego de 5,8% em junho, a menor registrada desde o início da série histórica do IBGE em 2012, além de um recorde no rendimento dos trabalhadores. Mesmo com esses dados, as atividades de comércio como equipamentos de escritório, informática, móveis e eletrodomésticos, entre outras, sofreram retração em junho.

O comércio varejista ampliado, que abrange também o atacado, registrou uma queda de 2,5% de maio para junho, mas acumula um crescimento de 2% nos últimos 12 meses. A pesquisa do IBGE é realizada com empresas formalizadas que possuem 20 ou mais funcionários. Esses dados fornecem um panorama abrangente do comportamento do comércio no Brasil, destacando-se o impacto das condições econômicas atuais nas vendas do setor. As informações são do IBGE.