ECONOMIA


Em articulação com o governo federal, Bahia busca excluir produtos do tarifaço de Trump

"Nosso compromisso é garantir que a Bahia tenha voz ativa nesse processo", afirmou secretário Afonso Florence, presente a reunião com ministro Alckmin

Foto: Eduardo Aiache/GOVBA

Com o intuito de discutir medidas contra os impactos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, o governo da Bahia participou de uma reunião no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em Brasília.

Durante o encontro, na última quarta-feira (7), o secretário da Casa Civil da Bahia, Afonso Florence — representando o governador Jerônimo Rodrigues (PT) — apresentou propostas emergenciais e estruturantes para proteger a indústria baiana. Entre os principais pleitos está a exclusão de produtos do estado da lista de sobretaxação e a possibilidade de redução de alíquotas, com o objetivo de preservar a competitividade do setor e os empregos.

Conforme o titular da pasta, o diálogo com o governo federal deve se intensificar nas próximas semanas, com o detalhamento de medidas a serem anunciadas. “Setores estratégicos da nossa economia, como petroquímica, pneus, celulose e cacau, foram ouvidos. Estabelecemos um canal permanente de monitoramento com o Governo Federal. Nosso compromisso é garantir que a Bahia tenha voz ativa nesse processo, protegendo empregos e assegurando competitividade”, afirmou.

Medidas propostas

  • Entre as ações discutidas estão:
  • Aceleração de compensações tributárias;
  • Ampliação do programa Reintegra;
  • Inclusão de produtos na LETEC (Lista de Exceção à Tarifa Externa Comum) e na LDCC (Lista de Desequilíbrios de Competitividade Comercial);
  • Articulação diplomática para apresentar as demandas brasileiras à Organização Mundial do Comércio (OMC);
  • Propostas regulatórias para proteger empresas impactadas.

Impacto no PIB e no emprego

De acordo com o Observatório da Indústria da FIEB, a medida norte-americana pode provocar uma retração de 0,27% no PIB da Bahia — cerca de R$ 1,3 bilhão — e afetar até 210 mil trabalhadores empregados em setores industriais com exportações para os EUA. Entre os segmentos atingidos estão petroquímica, cacau, ferroligas, mineração, têxteis, cosméticos e produtos da agricultura familiar.